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segunda-feira, 1 de julho de 2013

Testemunho de milagre

A história que passo a relatar aconteceu comigo, no dia 07 de maio de 1992, e tem como objetivo engrandecer o nome do Senhor grandioso e misericordioso a quem adoramos, além de exaltar o fato de que Ele continua realizando milagres espetaculares em nossas vidas, ainda hoje, assim como realizara no passado e nos revelara, através da Bíblia Sagrada. 
COMO TUDO COMEÇOU
Eu me encontrava no auge de minha adolescência, possuía então 16 anos de idade. 
Nós - eu e minha família - morávamos na cidade de São Paulo. Era uma quinta-feira à noite, e já passava das 22:30h. Saí para a rua a fim de juntar-me a alguns de meus amigos, com os quais eu estava acostumado a ficar conversando na esquina da casa de meus pais, até altas horas da noite.
Naquele dia, em especial, saímos de bicicleta, eu e mais dois amigos. Decidimos nos divertir com as mesmas, pulando as "tampas de bueiros", destas que encontramos em quase todas as ruas da cidade, e cuja extremidade não ultrapassa dez centímetros do nível do asfalto.
Meu irmão, Thiago, então com 11 anos de idade, brincava naquele momento com alguns pedaços de madeira, arremessando-os para o outro lado da rua. Mas em determinado momento, obviamente sem qualquer intenção para o mal, por não haver percebido que eu me aproximava com minha bicicleta, uma das madeiras que o menino lançou veio em direção à minha trajetória; aquela madeira entrou por entre o raio da roda dianteira, travando-o, a uma velocidade superior a 45km por hora. Este fato causou minha queda por sobre a bicicleta. Eu havia tido a chance de vislumbrar aquela madeira em se curso, na direção da bicicleta e, como que por reflexo, soltei uma das mãos para proteger-me. Mas isto fez com que o guidão da mesma se virasse, ficando uma ponta do mesmo voltada para frente, e a outra voltada na direção de meu abdômen. 
O ACIDENTE 
No momento em que a roda foi travada, a bicicleta virou, e a ponta do guidão que estava voltada para a frente precipitou-se em direção ao chão, causando assim um impacto muito forte da ponta oposta contra meu abdômen. Tal impacto não foi suficiente para perfurar-me, porém, o necessário para romper um órgão interno, causando-me assim uma hemorragia interna!
Às pressas meus amigos carregaram-me até minha casa, distante cerca de 50 metros do local, e então fui levado a um pronto-socorro próximo dali, onde fui examinado. Devido aos sintomas que apresentava, entre as várias vezes em que desmaiava e voltava a si, após algum tempo os médicos perceberam que inevitavelmente eu precisaria ser operado, e com urgência. Porém precisariam transferir-me para um grande hospital! 
Chegando ao segundo hospital, no entanto, acabei não sendo atendido. Sem que sequer eu houvesse sido retirado da ambulância, alguns médicos, olhando-me de longe, perguntaram sobre alguns detalhes de meu estado, para o médico de plantão da ambulância. E então disseram: "Infelizmente ele não poderá ser internado aqui, pois não há vaga na UTI (Unidade de Terapia Intensiva)".
Eu estava acompanhado de meu pai, e o mesmo viu-se então obrigado a aceitar que eu fosse levado a um terceiro pronto-socorro, próximo ao local de onde procedia aquela ambulância. Devido ao tempo considerável que se passara desde o início de minha hemorragia, era iminente o risco de morte a qualquer instante, por insuficiência sangüínea. 
Chegando ao pronto-socorro Itamaraty, fui levado imediatamente à sala de cirurgia. Após receber a anestesia geral, os doutores abriram-me e detectaram que o forte impacto havia lesado seriamente meu fígado, e que precisavam ser rápidos, pois havia-se passado tanto tempo desde minha lesão até o início da cirurgia, que dos 4 a 5 litros de sangue que um ser humano, em geral, possui, apenas cerca de 1 litro percorria minhas artérias. E fora exatamente por isso que acabei, pouco tempo após o início da operação, tendo uma parada cardíaca!... 
MOMENTO CRÍTICO
Os médicos tinham agora cerca da 7 a 10 minutos para tentarem me reanimar. Através de vários procedimentos, como choques e massagens cardíacas, fizeram praticamente tudo o que, em momentos como este, está ao alcance da mão humana - porém fora tudo em vão...

Passados aproximadamente 10 a 12 minutos desde o momento da parada cardíaca, os doutores desistiram de mim, e então o médico chefe de cirurgia entregou à enfermeira-chefe a responsabilidade de passar ao meu pai a triste realidade. Após haver ela explicado todo o meu quadro clínico, desde a minha chegada ao pronto-socorro até os momentos finais - das tentativas para reanimar-me da parada cardíaca - ela acabou por informar que infelizmente eu havia falecido. Agora ele deveria avisar a família e providenciar o funeral - o meu funeral! 
O choro e o desespero foram inevitáveis, e em meio àquele terrível sentimento de perda, e enquanto pensava em como dizer tal coisa ao restante da família, meu não entendia como aquilo poderia estar de fato acontecendo, e então começou a meditar sobre a causa de tudo aquilo. 
Meu pai foi um cristão, até seus 19 anos de idade. Já estava longe da Igreja há aproximadamente 27 anos.  E agora ali estava ele, pensando e chorando. Chegou-lhe a conclusão de que jamais deveria ter se afastado de Deus em sua juventude, caminhando para tão longe, a ponto de perder a proteção divina para si e para sua família. Há tanto tempo ele vinha dizendo que a Bíblia fora escrita por homens falhos como qualquer homem o é, e que, portanto, seria impossível crer nela. Dizia também que Jesus Cristo não passara de um ativista político, a exemplo de Che Guevara e Fidel Castro...
Mas agora suas filosofias não faziam o menor sentido. Ele percebia quão longe havia chegado. Um súbito e inexplicável arrependimento de suas blasfêmias contra o Senhor, agora fazia-o sentir a necessidade de Seu auxílio. Reconhecia a magnitude de Deus e, neste momento desesperador, seu coração clama ardentemente pelo Salvador e Senhor do Impossível... 
A MÃO DE DEUS 
O Senhor notou o anseio de um pai afligido pela morte, entre o arrependimento e o desespero completo. Viu Jesus uma ovelha perdida clamando em dor, mas disposta a voltar para Seu aprisco, após haver recebido uma lição que nunca experimentara durante sua vida inteira, apesar de tantos convites divinos. Cristo faz isto: entra em ação e muda totalmente o curso de nossas vidas! 
Utilizando como Seu instrumento um doutor cardiologista, além, é claro, de atuar diretamente em mim como doador e mantenedor da vida, Ele ofereceu-nos - a mim e à minha família - uma amostra de Sua longânima misericórdia! 
Aquele doutor começa a percorrer o corredor que dá acesso à sala de cirurgia onde eu jazia. Haviam-se passado 30 minutos (tempo indubitavelmente considerável) desde o instante em que meu coração parou de bater, e eu perdera a vida. O médico chega em frente à sala, e olha uma última vez para aquele corpo jovem que eles, como homens e profissionais, não conseguiram salvar. De repente, nota algo muito estranho ali: o tremor de alguns espasmos naquele corpo antes inerte, causou-lhe verdadeiro susto. Era como se o próprio Jesus me tocasse, fazendo-me tremer, a fim de que o doutor visse que havia vida novamente, e portanto um fio de esperança!!! 
O doutor começa a gritar por socorro ao mesmo tempo em que corre em minha direção, lançando mão de um bisturi, e então abre meu peito na altura do coração. Em seguida, enfia uma de suas mãos por entre minhas costelas, e agarra meu coração, começando, então, uma massagem, "simulando" batimentos cardíacos. 
Quando o restante da equipe médica chegou, correndo, já me encontrou vivo novamente. Graças à intervenção de Jesus Cristo, e ao auxílio daquele cardiologista. A partir de então, todos retornaram aos cuidados com o fígado, agora preocupando-se também com o pulmão, pois quando aquele médico enfiou a mão no meu peito, fê-lo com tanto ímpeto, que acabou perfurando meu pulmão com sua própria mão. Esta última lesão causou duas paradas respiratórias no decorrer desta cirurgia, a qual durou, ao todo, cerca de 7 horas; mas agora o Médico-Chefe era Jesus e, portanto, estas outras paradas jamais poderiam levar-me à morte novamente!... 
Ao término da operação, um dos médicos perguntou ao meu pai, que já havia sido informado de meu milagroso retorno, se ele confiava em Deus - e ele respondeu categoricamente: 
-          No momento, só nEle eu confio! 
E então aquele médico diz: 
-          Seu filho hoje recebeu um milagre de Deus, pois ninguém pode ficar 30 minutos morto e depois voltar à vida. No entanto você, bem como toda a sua família, devem orar pedindo a Deus, se possível, mais um milagre, pois seu filho tem apenas 1% de chance de sobreviver a uma tríplice operação como esta, envolvendo o fígado, o pulmão e o coração; e digo 1%, somente para não dizer que não há chances. Porém, há algo que posso dizer com convicção, baseado em minha experiência médica: ele não possui nem 1% de chance de voltar a ser uma pessoa normal tal como era antes, pois absolutamente ninguém pode ficar 30 minutos sem oxigênio no cérebro, e depois voltar a ser uma pessoa normal; apenas Deus sabe as seqüelas que ele vai apresentar, mas prepare-se para ter um filho em estado vegetativo, e você e sua família terão de fazer tudo por ele." 
Meu pai foi autorizado então a visitar-me na UTI e, ao ver-me, ficou chocado com o meu estado. Haviam vários drenos instalados em meu corpo, dentre os quais, um no fígado e um n pulmão, a fim de que fossem expelidos os resíduos líquidos acumulados em conseqüência das operações. 
Ao lembrar-se, então, do milagre que Deus havia realizado, meu pai fecha os olhos e inicia uma oração muito difícil para um pai, dizendo:
-          Senhor, se for da Tua vontade que meu filho sobreviva, peço-Te somente uma coisa: que volte a ser normal como era antes. Porém, se for para ele sofrer para o resto da vida, vivendo como um vegetal, e nós, sofrendo com seu sofrimento, Senhor, permita que ele descanse" - orou assim e foi embora para casa...
 
Após a primeira visita, minha irmã Alexandra, que havia ficado no pronto-socorro, e fora a primeira pessoa a visitar-me, ligou para casa, para passar as últimas notícias. Ao tocar o telefone em casa, a apreensão foi geral, pois devido ao que o doutor disse ao término da operação, todos já esperavam pelo pior. Minha irmã Gláucia atendeu ao telefone, e após ouvir o relato de Alexandra, abriu um sorriso, que fora o bastante para que meu pai entendesse de imediato que Deus havia respondido positivamente sua oração, e para que minha mãe e toda a família pudessem sentir-se aliviados!!! 
Mais 7 dias na UTI, e mais outros 7 dias no quarto do hospital. Considero um claro milagre a minha recuperação. Em 2 meses voltei a trabalhar. Entre 5 a 7 meses estava começando a ensaiar a volta à prática de algum esporte. Não perdi sequer o ano letivo, e o mais importante foi que em 7 meses batizei-me na Igreja Adventista do 7º Dia de Jardim Brasil, na cidade de São Paulo, no dia 20 de dezembro de 1992, juntamente com meu pai, que passava pelo rebatismo, incluindo minha mãe e meu irmão Thiago!!!

Nos meses e anos subseqüentes, toda a família foi-se entregando a Jesus: minhas irmãs Gláucia, Alexandra e Bruna, meus cunhados Rogério e Carlos, minha sobrinha Ingrid - e agora faltam apenas 3 sobrinhos: Nathalie, Giovanni e Isabelle, que apenas por não terem idade suficiente ainda não foram batizados, mas participam desta igreja desde que nasceram! 
Como resultado direto ou indireto deste milagre, Jesus salvou, não apenas uma pessoa, mas sim 13 pessoas, pois mais importante que uma ressurreição física é o milagre da ressurreição espiritual que Ele operou nas nossas vidas!!! 
Se o inimigo esperava acabar com nossa família usando uma situação que poderia, inclusive, tornar meu querido irmão Thiago numa pessoa infeliz e traumatizada pelo resto de sua vida, por haver causado a morte do próprio irmão, muito embora sem a intenção de fazê-lo, não foi assim que a história terminou. Deus muitas vezes Se utiliza de situações temerárias causadas pelo Seu inimigo, revertendo-as em grandiosas bênçãos. Assim, podemos entender o texto de Romanos 8:28, que nos diz: "Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus..."
Eu e Thiago acabamos entregando juntos nossas vidas a Deus, e ainda recebemos Suas bênçãos - nós dois, e também Thaís e Ester. Portanto, decidi que não poderia pensar de outra maneira, a não ser agradecendo a Cristo a nova vida que me deu, dedicando-a inteiramente a Ele, através do Ministério. E hoje sou mais que feliz por isso. E não posso deixar de testemunhar esta história, sempre que posso, do grande milagre que o Senhor fez em minha vida. Deus seja louvado eternamente. Amém.

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